Tempo
|

Francisco Sarsfield Cabral

PS, partido de protesto?

16 abr, 2013

Quando proclama como orientação política “parar a austeridade”, o PS isola-se da realidade. Devia reparar aonde chegou o grande adversário da austeridade na UE, François Hollande.

Tony Blair avisou o actual líder do seu partido, Ed Milliband, de que os trabalhistas se arriscam a tornarem-se um mero partido de protesto, por falta de uma alternativa credível de governação. Três ex-ministros trabalhistas exprimiram preocupações semelhantes.

Note-se que o Partido Trabalhista vai francamente à frente nas sondagens e que no sistema eleitoral britânico, de círculos uninominais, é mais fácil obter uma maioria absoluta de deputados com percentagens de votação global relativamente baixas.

Por cá, o PS também está no topo das sondagens, mas longe da maioria absoluta, mais difícil de alcançar no sistema proporcional português.

Ora a retórica socialista, sobretudo desde há dois ou três meses, parece indiciar que António José Seguro não procura vir a governar, quedando-se pelo protesto mais ou menos demagógico – à semelhança do que se passa com o Bloco de Esquerda e o PCP.

Quando proclama como orientação política “parar a austeridade”, por exemplo, o PS isola-se da realidade. Devia reparar aonde chegou o grande adversário da austeridade na UE, François Hollande.