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Francisco Sarsfield Cabral

Os finlandeses e as ajudas

15 abr, 2013

Entre 1990 e 1993 o PIB na Finlândia caiu 10% e o desemprego chegou aos 20% da população activa. Sem ajuda externa, a Finlândia recuperou a sua economia. Percebe-se que estranhem que outros, como nós, precisem de ser ajudados.

De visita a Portugal na semana passada, o presidente da Finlândia afirmou: “Sem austeridade, quem emprestaria dinheiro a Portugal?” 

Também confessou como era difícil explicar a necessidade de ajudar Portugal aos seus compatriotas, a quem são pedidos sacrifícios para equilibrar as contas do Estado finlandês. Mas os finlandeses não puseram reservas ao adiamento por sete anos do pagamento dos empréstimos da UE a Portugal, no quadro do programa de ajustamento ao nosso país.

A Finlândia foi invadida pela União Soviética em 1939. Dois anos depois a Alemanha atacou-a. Num país em ruínas, terminada a guerra, os finlandeses foram capazes de construir uma economia moderna, mas, por razões geográficas, necessariamente muito dependente da vizinha União Soviética.

Quando esta implodiu, a economia finlandesa sofreu um choque brutal. Entre 1990 e 1993 o seu PIB caiu 10% e o desemprego chegou aos 20% da população activa.

Pois, sem ajuda externa, a Finlândia recuperou a sua economia. Percebe-se que os finlandeses estranhem que outros, como nós, precisem de ser ajudados.