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Francisco Sarsfield Cabral

Não é o fim do regime

08 abr, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

Mas é a sua degradação, com as instituições a revelar graves deficiências de funcionamento.

O Tribunal Constitucional sentenciou como se vivêssemos em tempos normais. O Governo só conseguiu vitórias na recuperação de alguma credibilidade externa (agora de novo ameaçada) e falhou quase todas as suas previsões económicas.

A oposição socialista continua a insistir em eleições, que nos conduziriam à ingovernabilidade, como em Itália, e provavelmente à bancarrota. Até ser reeleito, o Presidente da República foi brando com Sócrates e depois atirou-o abaixo; o Presidente procura, sobretudo, “ficar bem na fotografia” (como assinalou Fátima Bonifácio no “Público”).

Uma após outra, as instituições mostram graves deficiências de funcionamento. Muita gente acha que estamos no fim do regime. Mas não dizem qual seria o novo regime.

Nos últimos dois séculos, a coisa resolvia-se (ou parecia resolver-se) pela via militar. O 28 de Maio trouxe uma ditadura de quase 50 anos. Só que hoje não há condições internacionais para um pequeno país europeu como Portugal enveredar pela ditadura. Os militares são os primeiros a sabê-lo.

O actual regime não acaba, apenas se degrada.