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Francisco Sarsfield Cabral

Incertezas e projecções

27 mar, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

As incertezas internas e externas conduzem ao frequente falhanço das previsões. Mas as do Banco de Portugal têm estado próximas da realidade.

As projecções económicas do Banco de Portugal (BdP), ontem reveladas, estão próximas das últimas publicadas pelo Governo português.

De salientar o bom comportamento das exportações, que voltaram a ganhar quotas de mercado, apesar de abrandarem. E o facto de a poupança das famílias se manter em nível mais alto do que aconteceu em anteriores recessões, o que implicou naturalmente maiores cortes no consumo, uma vez que diminuiu o rendimento disponível das pessoas.

Assim se evidencia a precaução e a inteligência da parte das famílias – percebem que a actual recessão vai ser longa. Grande parte estará fora do nosso alcance, pois depende da conjuntura internacional.

As incertezas internas e externas são muitas, por isso falham frequentemente as previsões. O BdP analisa projecções desde 2009 dele próprio, da Comissão Europeia, do FMI e da OCDE. Todas foram mais optimistas do que a realidade posterior.

Mas as do BdP ainda são as mais próximas do que veio a acontecer. E as do Governo (não referidas pelo banco central), afinal, nem foram tão irrealistas como se disse.