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Francisco Sarsfield Cabral

Prioridades mediáticas

26 mar, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

A comunicação social discute hoje mais pessoas do que políticas ou partidos. Antes da Revolução de Abril, as remodelações governamentais eram importantes, mas hoje é diferente.

Nesta nossa sociedade, cada vez mais mediática, discutem-se mais as pessoas do que as ideias ou mesmo os partidos. Os confrontos ideológicos cedem o passo aos conflitos de ambições políticas pessoais, que são, de forma crescente, a prioridade na maioria dos meios de comunicação social.

Daí a importância que os media atribuem a eventuais remodelações ministeriais – deve sair A e entrar B, etc. Antes do 25 de Abril, quando não havia democracia, as remodelações governamentais eram as únicas mudanças possíveis; por isso consideravam-se importantes. Mas hoje é diferente.

Outro caso de fulanização política é o permanente comentário a possíveis candidaturas presidenciais, quando o próximo Presidente da República só será eleito daqui a três anos. Porque quis Sócrates ter um programa na RTP? Para preparar uma possível candidatura presidencial, diz Marcelo Rebelo de Sousa, ele próprio visto como pré-candidato.

O mesmo, aliás, se passa no futebol: tirando as arbitragens, aos media interessam mais as intrigas dos dirigentes do que aquilo que se passa nos jogos, entre as quatro linhas.