A polémica em redor do limita aos mandatos autárquicos poderia e deveria ter sido esclarecida há muito, na Assembleia da República. Mas as tácticas partidárias impediram o que era de elementar bom senso.
O Tribunal Cível de Lisboa decidiu impedir Fernando Seara de se recandidatar a qualquer Câmara. A sentença admite recurso, portanto, a decisão final pode ser outra.
Entretanto, um outro tribunal, o de Loures, tomou uma via diferente: adiou a sentença sobre a candidatura de Fernando Costa, actual presidente da Câmara das Caldas da Rainha.
Vão seguir-se novas decisões judiciais, com interpretações diferentes da Lei de Limitação de Mandatos. Até que, depois de muitas confusões e trapalhadas, o Tribunal Constitucional se pronuncie, com uma interpretação definitiva da lei: só três mandatos em qualquer autarquia ou apenas numa? E há risco de a decisão clarificadora do Tribunal Constitucional só surgir a poucas semanas das eleições autárquicas, complicando várias campanhas.
Tudo isto era mais do que sabido. A questão poderia e deveria ter sido esclarecida há muito na Assembleia da República. Mas as tácticas partidárias impediram o que era de elementar bom senso. Gostamos de fabricar sarilhos, como se os que não podemos evitar não bastassem.