O Parlamento português decidiu nomear o deputado Mota Pinto para o Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República.
Acontece que Mota Pinto é administrador da Zon, empresa cujo acionista de referência é Isabel dos Santos, filha do presidente angolano. Assim, iremos ter doravante, um homem de confiança do regime angolano, a superintender a actividade das secretas portuguesas.
Esta nomeação é infeliz e perigosa, mas já nem sequer surpreende.
Foi afinal a Assembleia da República que também nomeou Ricardo Rodrigues, o deputado que ficou famoso por roubar gravadores a jornalistas, para o Conselho Geral do Centro de Estudos Judiciários, a escola que forma magistrados.
Foi também o Parlamento que indicou para porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, o garante da credibilidade dos processos eleitorais, Nuno Godinho de Matos, o advogado de Armando Vara no processo Face Oculta.
Com esta lógica de nomeações, ainda veremos, não tarda muito, o Parlamento a eleger Isaltino Morais como juiz do Tribunal Constitucional.