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Francisco Sarsfield Cabral

Um Conselho vazio

18 mar, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

Após dois dias de reunião, não houve uma decisão, uma medida sequer para relançar a economia europeia. Não são redacções o que esperamos de um Conselho Europeu. Assim, é o euro que fica em risco.

O Conselho Europeu, que se reuniu em Bruxelas na quinta e sexta-feira passadas, produziu dez páginas de conclusões. É um texto deprimente: não se encontra ali uma decisão, uma medida sequer, para relançar o crescimento económico na Zona Euro.

Fala-se muito desse tema, como se fala do desemprego, sobretudo dos jovens, cuja gravidade é reconhecida. Só que não são redacções o que esperamos de um Conselho Europeu, mas medidas concretas.

A Comissão Europeia fala há meses de programas para incentivar o emprego de jovens. E, de facto, já se redireccionou parte dos fundos estruturais para esse fim. Mas falta o essencial: maior coordenação de políticas económicas.

Se há austeridade e estagnação, ou mesmo recessão, em todos os países da Zona Euro (e mesmo em países que não estão no euro, como a Grã-Bretanha) é difícil relançar as economias.

Países com baixa dívida pública e excedentes orçamentais poderiam puxar pelas economias dos outros, estimulando as suas. Mas não é isso que se vê.

A Alemanha e a Finlândia, por exemplo, opõem-se a essa coordenação. É o euro que assim fica em risco.