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Francisco Sarsfield Cabral

Uma questão de coerência

15 mar, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

A utilização de “drones” nos ataques a alegados terroristas levanta questões éticas e políticas. E não chega Barack Obama repetir que tudo é feito com grande cuidado e ponderação. É ele que aprova cada ataque.

A administração Obama tem usado cada vez mais aviões não tripulados (“drones”) para eliminar supostos terroristas, sobretudo, no Paquistão e no Iémen. Os ataques com “drones” são efectuados pela CIA, a partir de bases secretas.

Mas o recurso aos “drones” levanta problemas éticos e políticos. Como tudo se passa em segredo, não se sabe quantos civis inocentes têm sido mortos. E levantam-se dúvidas quanto à justificação de alguns ataques com “drones” (que suscitam violentas reacções no Paquistão e noutros países).

Daí a urgência de os Estados Unidos estabelecerem uma forma de controlo judicial independente (através de tribunais especiais, por exemplo) quanto a estas operações. Não chega o Presidente repetir que tudo é feito com grande cuidado e ponderação; e que ele próprio aprova cada ataque.

Uma das bandeiras de Obama na sua primeira campanha eleitoral para Presidente era a denúncia da falta de respeito pela moral e pelo direito na guerra de Bush contra o terrorismo. Até por uma questão de coerência, Obama tem que mostrar ser diferente.