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Trabalhadores da Câmara de Lisboa em greve nos santos populares

28 mai, 2014

Sindicato denuncia a "situação insustentável das condições de trabalho" e o "definhamento dos serviços públicos municipais".

Os trabalhadores da Câmara de Lisboa decidiram hoje que convocar uma greve para 12 de Junho, tendo interrompido uma reunião pública da autarquia para entregar a resolução aprovada. 
 
A paralisação está marcada para o dia em que decorrem os Casamentos de Santo António e o desfile das marchas populares, na véspera do feriado municipal.

O protesto foi decidido num plenário organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) e pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), que se realizou esta quarta-feira à tarde na Praça do Município. 
 
Durante o encontro, foi aprovada uma resolução que denuncia a "situação insustentável das condições de trabalho" com que actualmente se deparam os funcionários do município e o "definhamento dos serviços públicos municipais, resultante das políticas seguidas pelos sucessivos executivos da autarquia", lê-se no documento, a que a agência Lusa teve acesso.

Para entregar a resolução, um dos sindicalistas interrompeu a reunião de Câmara, tendo-se dirigido ao presidente, António Costa, para deixar as cartas endereçadas aos vereadores. 
 
Entre 13 e 22 de Junho, os trabalhadores também vão estar em greve ao trabalho extraordinário e no dia 14 de Junho os trabalhadores da limpeza urbana vão parar entre as 00h00 e as 5h00.  
  
Vítor Reis, do STML, indicou que o objectivo destas paralisações é "levar o executivo [de maioria PS] a assumir compromissos", já que os trabalhadores estão "fartos de promessas". Uma das exigências passa pela "entrada imediata" de trabalhadores na autarquia, nomeadamente de cantoneiros, porque, de acordo com o sindicalista, os que existem "não chegam para o dia-a-dia". 
 
Em causa está a descentralização das competências da limpeza das ruas para as juntas de freguesia, que levou à saída de 650 trabalhadores. "Ficaram menos de 500 e, desses, 180 não estão aptos" para realizar aquele trabalho, acrescentou. 
 
Os trabalhadores que já foram transferidos para as juntas, na primeira fase do processo, também vão ser comtemplados nestas acções de luta, pois estão a ser "assediados para fazer trabalho da Câmara de Lisboa", apontou o dirigente, referindo-se a grandes eventos que ocorreram em Lisboa, como a final da Liga dos Campeões, no passado sábado, e o primeiro dia do festival Rock in Rio, no domingo. 
 
Vítor Reis frisou também que os trabalhadores do município estão a ser "ameaçados", visto que não podem pedir folgas ou faltar ao trabalho. Esta situação "caótica" tende, assim, a "piorar no período de férias", acrescentou.
 
As greves são apoiadas pelo STAL, segundo Frederico Simões, da Direcção Regional de Lisboa.