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FMI insiste na flexibilização salarial no sector privado

21 abr, 2014 • Paulo Ribeiro Pinto

O Fundo Monetário Internacional acredita que a dívida portuguesa é sustentável, mas alerta para riscos.

O FMI insiste na flexibilização salarial no sector privado. No relatório relativo à 11ª avaliação da "troika" (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu), tornado público esta segunda-feira, os técnicos do FMI dedicam uma análise mais aprofundada à evolução dos salários no sector privado.

De acordo com o Fundo Monetário, a descida registada nos últimos anos pode não corresponder a quedas reais nos vencimentos, mas a reduções aparentes.

Os técnicos reconhecem que os custos unitários do trabalho caíram, mas esse ajustamento foi feito através da redução das horas trabalhadas e de outros suplementos, e não pela descida real dos salários.

O FMI volta, por isso, a falar da necessidade de aliviar a rigidez salarial.

Os técnicos afirmam que o despedimento individual é, na prática, difícil, sugerindo ao Governo que identifique os impedimentos que ainda se mantêm.

O FMI insiste ainda na revisão da contratação colectiva apontando, por exemplo, a suspensão temporária dos contratos colectivos quando a situação económica o justificar e a redução das indemnizações nos despedimentos sem justa causa.

Estas são matérias que a “troika” que discutir também na 12ª e última avaliação, que começa na terça-feira.

No relatório publicado esta segunda-feira ficou-se ainda a saber que a “troika” considera que a dívida portuguesa é sustentável, mas alerta para riscos que ainda existem. Foi também tornado público que o Governo já assumiu perante a "troika" a intenção de indexar as reformas a critérios económicos e demográficos.