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Funeral de Augustus realiza-se segunda-feira

20 abr, 2014

Estilista morreu este domingo, num hospital de Lisboa.

Funeral de Augustus realiza-se segunda-feira

O corpo do estilista António Augustus está em câmara ardente na Basílica da Estrela, em Lisboa. O funeral realiza-se esta segunda-feira, disse à agência Lusa uma amiga de um dos pioneiros da moda em Portugal.  
 
António Augustus morreu este domingo, num hospital de Lisboa, vítima de doença prolongada. O corpo do costureiro estará em câmara ardente até às 15h30 de segunda-feira, altura em que será celebrada uma missa, também na Basílica da Estrela. O corpo segue para cemitério do Alto de São João, adiantou a mesma fonte.
 
António Augustus nasceu na Figueira da Foz, há 64 anos, tendo ido viver para Luanda, Angola, com a família ainda em criança. Aí fez o liceu em Angola, tendo, depois, estudado Relações Públicas e Turismo, em Inglaterra. Entretanto, regressou a Angola, onde fez a tropa. 
 
Na última entrevista à agência Lusa, em Março deste ano, o estilista recordou que a moda entrou na sua vida "por uma coincidência".

"Por brincadeira", em 1973, acabou por ficar com a loja de um casal amigo, situada em frente à agência de viagens onde trabalhava. "Os dois eram professores e foram transferidos para Moçambique. Tinham uma semana para arrumar tudo, trespassar a loja e irem-se embora. Eu, por brincadeira, fiquei com a loja. Só que aquilo começou a crescer, passado um tempo tinha duas lojas, depois três", contou. 
 
Algum tempo depois percebeu que "o que gostava não era vender, era de criar coisas".  "Arranjei costureiras, uma bordadora e comecei a fazer coisas para vender feitas lá", disse. 
 
Nessa altura, regressa a Inglaterra, "para estudar o que decidiu fazer na vida". Trabalhou uns tempos em Paris, com o estilista japonês Kenzo, regressando a Portugal, mais especificamente a Lisboa, em 1976, onde abre a sua primeira loja em território luso. 
 
Em 1979, apresentou uma colecção de forma considerada inovadora, a bordo de um avião da TAP, acção que o tornou conhecido a nível nacional e que repetiria dez anos mais tarde. 
 
Viria a vestir mulheres como a fadista Amália Rodrigues e a pintora Maluda e trabalhou com manequins internacionais, como a alemã Claudia Schiffer. Ficou ainda famoso o desfile de 2002 em que Maria José Ritta, mulher do então Presidente da República Jorge Sampaio, desfilou no Casino da Figueira da Foz com um vestido da sua autoria. 
 
Actualmente tem quatro lojas em Lisboa com o seu nome e um 'atelier' em Angola. As suas roupas podem ser compradas também em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, e no Japão. Em Março, revelou à Lusa que planeava abrir "brevemente uma loja em Angola".