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Pôr um tecto às prestações sociais “pode ser perigoso”

16 abr, 2014

Rede Europeia Anti-Pobreza reage à entrevista do primeiro-ministro, que admitiu colocar um limite às prestações sociais pagas pelo Estado.

A Rede Europeia Anti-Pobreza vê com preocupação a introdução de um tecto para as prestações sociais, uma indicação deixada na terça-feira à noite pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em entrevista à televisão SIC.

“Acho perigoso. É, de facto, uma medida que pode criar constrangimentos, particularmente àqueles que são mais vítimas, neste momento, da injustiça do sistema. Se não houver aqui uma discriminação positiva com aqueles que estão mais sujeitos à desigualdade é à exclusão, podemos estar a criar dificuldades acrescidas a alguns portugueses e não são poucos”, reage, na Renascença, o presidente da Rede, padre Jardim Moreira.

Quanto à hipótese de repor o valor de salários e pensões em 2016, o padre Jardim Moreira desvaloriza e considera tratar-se apenas de uma declaração de intenções.

Na entrevista, Passos Coelho sublinhou também que o corte permanente nas pensões pode ser menor do que a actual Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) e, noutro plano, admitiu aliviar a carga fiscal, mas apenas quando houver equilíbrio nas contas públicas.