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Desemprego e precariedade afectam mais o sector de serviços

15 abr, 2014 • Ana Carrilho

Dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional revelam com as características de cada região marcam ofertas.

Mais de metade do desemprego gerado em Portugal é no sector de serviços, segundo os dados disponíveis no site do Instituto do Emprego e Formação Profissional, que a Renascença analisou.

É uma área que abarca as mais diversas actividades, desde o apoio pessoal, comércio, hotelaria e restauração, saúde, educação, protecção e segurança, transportes, actividades de comunicação e informação, imobiliário, consultoria, actividade financeira ou de seguros.

Um sector que pode não pedir experiência e habilitações académicas ou ainda exigir as maiores especializações. Contudo, são os mais qualificados e experientes que têm mais dificuldade em voltar ao mercado. E se para os adultos é difícil, para os jovens, muitas vezes, significa nem sequer conseguir o acesso a um primeiro emprego.

O sector dos serviços revela também uma grande precariedade. Mais de metade dos desempregados vêm de actividades como protecção e segurança, serviços não qualificados de comércio, restauração e alojamento, de escritórios, da indústria extractiva, da construção ou transformadora.

Curiosamente, é nestas actividades que aparece maior volume de ofertas de emprego, dominando também o número de colocações.

A precariedade dos contratos a termo coincide frequentemente com a sazonalidade própria de algumas profissões ligadas à agricultura e turismo.

Características da região marcam ofertas
Segundo os dados analisados, no Algarve as ofertas de emprego prendem-se mais com a protecção e segurança. Com a época alta do turismo, a partir de Março e até ao fim de Setembro, as ofertas alargam-se ao comércio, alojamento e restauração.

No Alentejo é a agricultura que marca a procura de candidatos, nalguns casos, com alguma especialização.

O Norte é de longe a região que mais desemprego gera mas também mais emprego cria, sobretudo nos sectores industriais de mão-de-obra intensiva, como têxteis, vestuário e calçado, que continuam a crescer. Os empresários procuram trabalhadores não qualificados mas cada vez mais, também com alguma qualificação.

Na região Centro, os não inscritos nos centros de emprego que têm maior procura são os não qualificados, seguidos de trabalhadores para área da alimentação e serviços pessoais, uma actividade que tem igualmente muita procura na região de Lisboa e Vale do Tejo.