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"Talvez tenha sido o único a não festejar o 25 de Abril"

15 abr, 2014 • Maria João Costa

Escritor José Rentes de Carvalho, autor de “Portugal, a Flor e a Foice”, explica a sua desilusão com a "revolução dos Cravos" e o rumo do país.

Publicado em 1975 na Holanda, o livro “Portugal, a Flor e a Foice” nunca tinha sido editado em Portugal, até agora. A obra do escritor José Rentes de Carvalho vai já na segunda edição no ano em que se assinalam os 40 anos do 25 de Abril de 1974.

O livro editado pela Quetzal apresenta um fresco sobre o país. Em entrevista à Renascença, Rentes de Carvalho explica porque não fez a festa no 25 de Abril.

“Eu tinha conhecimento político e informações suficientes para saber como é que a situação estava e iria funcionar e isso deu-me não só uma visão crítica, mas também uma visão sombria no momento em toda a gente fazia festa. Talvez até tenha sido o único que não tomou parte da festa, porque tinha mais vontade de chorar do que de rir”.

José Rentes de Carvalho diz que o país que pensou mergulhar numa solução acabou por cair no pior.

“Os poderes que causaram essa mudança hábil de regime eram aqueles que só tinham interesse em que a situação de privilégios anteriores se mantivesse com uma pequena pausa de ilusão que alguma coisa tinha mudado”, afirma.

O escritor José Rentes de Carvalho lamenta que a emigração de hoje não saia em direcção a um futuro melhor. Ele próprio que emigrou para a Holanda fala da obra que escreveu há quase 40 anos e que se mantém actual.


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