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Portuguesa Chaves e espanhola Verín são cada vez mais uma só cidade

14 abr, 2014 • Olímpia Mairos

Eurocidade Chaves-Verín aprofunda cooperação territorial. São vários os projectos em comum já em andamento.

A eurocidade Chaves-Verín deu, esta segunda-feira, mais um passo em termos de cooperação territorial. Constituiu-se como Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) e ganhou personalidade jurídica, o que permite aos dois municípios o desenvolvimento de projectos comuns e a melhoria da coesão económica, social e territorial.

"Os dois municípios estão a construir pontes através da fronteira, contribuindo para a integração, a coesão europeia e a criação de uma zona franca social”, refere António Cabeleira, presidente do AECT Chaves-Verín.
 
Com a criação do agrupamento, é possível desenvolver projectos em conjunto. E são vários os projectos que as duas cidades querem ver concretizados e para os quais já estão a trabalhar.

"Queremos implementar um plano de 'marketing' e de desenvolvimento turístico, para fazer desta eurocidade um dos melhores destinos termais da Europa, um serviço de prestação de cuidados de saúde, uma rede de transporte, um posto policial conjunto e um corredor verde ao longo do rio Tâmega para a preservação da natureza", explica Juan Jiménez Morán, autarca de Verín.

Estreitar de relações
Para o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Norte (CCDR-N), Emídio Gomes, estão criadas as condições para uma cooperação mais estreita entre as duas cidades, que "permitirá partilhar recursos, repartir responsabilidades e evitar a duplicação de financiamento".

"Temos para nós que estas figuras dotadas de personalidade jurídica de direito comunitário serão assumidas como uma forte aposta das instituições europeias, no âmbito do próximo ciclo comunitário 2014-2020", frisou Emídio Gomes, realçando que se "caminha para que duas cidades sejam uma só, em termos de funcionamento, sem perderem identidade e soberania". 

O presidente da Junta Galiza, Alberto Núñez Feijoo, definiu a eurocidade Chaves-Verín como um "modelo colaborativo transfronteiriço" e um exemplo de "vocação europeia".

"A associação entre os dois territórios não é artifício político, mas gera o quadro legal de uma história de colaboração que surgiu entre as duas cidades que, juntas, têm mais de 60.000 habitantes", realçou.

Em tom de conclusão, o presidente da Junta da Galiza sublinhou que o agrupamento agora criado é "uma ferramenta útil", que "significa que Verín e Chaves voltarão a ser pioneiros na cooperação transfronteiriça e abre a porta ao financiamento necessário para tirar o máximo proveito do potencial dessas relações".

Pioneira na Península Ibérica e na Europa, a eurocidade Chaves-Verín tem sete anos de existência e já partilha uma sede, um cartão, uma agenda cultural, um guia turístico, instalações desportivas e recreativas e desenvolve actividades conjuntas.