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Doutoramento "da mesa ao campo” em Trás-os-Montes

15 abr, 2014 • Olímpia Mairos

Vêm da Croácia, da China, do Gana e da Tunísia para frequentarem “Cadeias de produção agrícola - da mesa ao campo”, um doutoramento “inédito” que visa melhorar a qualidade dos produtos hortícolas.

Já chegaram à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro os primeiros estudantes para o curso de doutoramento internacional em Agricultura. Iniciativa que envolve a UTAD e as universidades do Minho, Wageningen (Holanda) e Valência (Espanha).

"Cadeias de Produção Agrícola - da mesa ao campo - AgriChains" é um doutoramento “inédito, que visa melhorar a qualidade dos produtos hortícolas”, refere Eduardo Rosa, director do curso, salientando que “vem preencher uma lacuna a nível mundial, com uma forte componente de investigação, proporcionando aos alunos a oportunidade de perceberem as preferências dos consumidores".

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro vai “acompanhar o processo de produção do produtor” e os alunos, “além de um papel de intermediários, entre o produtor e o consumidor final, vão aprender a gerir as várias etapas da cadeia de produção, melhorando a qualidade dos alimentos hortícolas”.

Aos doutorandos será proporcionada formação específica em cada etapa do processo de produção agrícola, acesso às grandes empresas do sector e às opiniões dos consumidores, numa estratégia de conteúdos programáticos integrados no próprio curso e de promoção de emprego, com seminários, conferências e estágios e projectos de investigação nessas mesmas empresas.

Maioria dos estudantes vem de fora
Ao curso candidataram-se 57 estudantes, mas apenas 11 conseguiram um lugar na UTAD. Destes dois são da Croácia, dois da China, um do Gana e um da Tunísia.

Iva Prgomet, de 26 anos, veio da Croácia e traz consigo a expectativa de “aprender agricultura” e encontrar uma saída profissional. “Pesquisei sobre a UTAD e o Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais (CITAB). Falei com um Professor da Universidade de Turim que me disse que eram bons locais para desenvolver investigação, para não hesitar e aproveitar a oportunidade. Não é, de facto, em qualquer lado que podemos encontrar um curso destes”, refere a estudante.

Nikola Grcic, de 26 anos, também croata, refere que estava desempregado e este doutoramento foi “uma oportunidade irrecusável”.

Neste curso, cada aluno terá um acompanhamento personalizado. Além de um orientador, tem um tutor que o acompanha na inserção académica e social da instituição. “É um aspecto extremamente relevante para os alunos estrangeiros, que muitas vezes descuidamos, e aqui consideramos extremamente importante”, remata Eduardo Rosa, director do curso.