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Código português para daltónicos nos 15 finalistas a prémio europeu

03 jun, 2014

O ColorADD está entre os 338 projectos a concurso no prémio “Co-criação Social e Empresarial". Vencedor é conhecido a 27 de Junho.

Código português para daltónicos nos 15 finalistas a prémio europeu

É um “momento de grande orgulho” para Miguel Neiva, o português que inventou o primeiro código universal de identificação de cores para daltónicos. O ColorADD já tem mais de 200 aplicações diferentes e é o único projecto português entre os 15 finalistas do prémio europeu "Co-criação Social e Empresarial".

Há 338 projectos de 34 países a concurso. O prémio, a atribuir no dia 27 de Junho, quer reconhecer as parcerias mais inovadoras entre organizações sociais, empresas tradicionais e instituições públicas.

O projecto envolve a ColorADD e a marca de lápis Viarco. Juntos, criaram lápis que permitem a crianças daltónicas identificar as cores que estão a usar, com resultados positivos no aproveitamento escolar.

Miguel Neiva criou um código universal que identifica as cores, através de um conjunto de símbolos compreensível em todo o mundo.

"O ColorADD já tem mais de 200 aplicações diferentes, nos transportes, nos equipamentos de saúde, no vestuário, etc., e está a beneficiar uma comunidade global que envolve 350 milhões de pessoas daltónicas em todo o mundo", disse à Lusa o designer Miguel Neiva, que dedicou oito anos de investigação a este código de cores.

"Este crescimento demonstra que a colaboração entre o segundo e o terceiro sectores faz todo o sentido e é prova de que o desenvolvimento económico também pode transformar o mundo e torná-lo mais inclusivo para todos", acrescenta.

Também para cegos e autistas
Além da comunidade daltónica, que Miguel Neiva estima em 10% da população mundial masculina e 0,5% da feminina, o ColorADD está a ser adaptado a cidadãos cegos e autistas.

"Portugal foi um cenário de teste, mas daqui o sistema já seguiu para o Japão, o Brasil, a Holanda e muitos outros países", revela o designer. "Está a ser ensinado nas escolas e ainda tem muito mais potencial de crescimento.”

"As empresas não podem fugir à sua responsabilidade social e neste caso estamos a contribuir para melhorar a vida de milhares de pessoas em todo o mundo", afirmou à Lusa o director-geral da Viarco, José Vieira Araújo. "É uma sensação porreira.”