E agora, Braga?

A promessa de José Peseiro, segundo a qual o Sporting de Braga não ficaria a nove pontos do FC Porto após o jogo de ontem à noite, acabou por não se concretizar, mas os minhotos deixaram bem à vista que o mau tempo pode ter passado e estão de novo preparados para as grandes batalhas que ainda têm pela frente.

O jogo da Pedreira, marcado para a noite de domingo, arrastava consigo razões de forte expectativa, potenciadas pela vitória adiantada do Benfica sábado no jogo-treino com o Olhanense, que veio colocar natural pressão sobre a equipa portista, acrescida do risco de ver descolar os encarnados em altura tão pouco recomendável.

Sem fazerem um jogo de grande qualidade, os dragões tiveram na sorte um aliado poderoso, pois quando tudo parecia indicar que na Pedreira estava proibida a festa do golo, eis que, com o pano quase a correr, surgiram em dobro e todos cantados do mesmo lado.

Não se cumpriu, assim, o desígnio do técnico bracarense, mas ficou expressa a ideia de que volta a haver “guerreiros” para as batalhas que estão à porta.

A primeira das quais aponta já para a próxima sexta-feira tendo como pano de fundo o mesmo cenário e com os mesmos protagonistas, só que para uma competição de características diversas e de objectivos mais imediatos.

Aguçado o apetite com o que aconteceu neste domingo, o jogo da Taça de Portugal surge na ribalta envolto em todas as dúvidas que são sempre o sal e a pimenta em circunstâncias como esta.

Pode agora concluir-se, com alguma lógica, que o Braga não desaparecera, antes havia entrado numa breve penumbra da qual foi capaz de se libertar com o vigor que ficou à vista de todos. E os próximos dias irão ou não confirmar esta asserção.

Para além disto, a jornada do fim-de-semana manteve o Rio Ave como a grande sensação destes dias. A robusta vitória alcançada no estádio do Bonfim, em Setúbal, reforçou não apenas o quarto lugar na tabela em parceria com o Sporting de Braga, mas reforçou a consistência de uma equipa onde o colectivo se sobrepõe às estrelas.

Desta história, a do campeonato, o Sporting está cada vez mais afastado.

O empate em Moreira de Cónegos e a frouxa exibição que se repetiu no jogo desta segunda-feira foram, mais uma vez, o espelho de uma equipa incapaz de reagir às dificuldades que se lhe atravessam no caminho.

Jogadores de muito discutível qualidade, sem motivação, continuam a ser a maior ameaça de um dos períodos mais negros da história centenária do clube de Alvalade, no que ao futebol diz respeito.

[actualizado às 23h22m]