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Ribeiro Cristóvão

Porquê Gabão?

13 nov, 2012 • Ribeiro Cristóvão

O Gabão não é sequer uma potência do futebol africano. Na única vez que teve acesso à CAN - Taça Africana das Nações -, no início de 2012, consegui-o pela simples razão de se tratar de país organizador, em conjunto com a Guiné-Equatorial.

Porquê Gabão?

A FIFA incluiu no calendário internacional deste mês de Novembro uma data destinada à realização de jogos de selecções com o intuito de assim melhor continuarem a sua preparação com vista à fase de qualificação para o Campeonato do Mundo do Brasil.

A próxima jornada a sério só terá lugar no mês de Março, pelo que se justifica amplamente a escolha, que neste meio de semana proporciona a muitas federações colocarem as suas equipas em movimento.

Há até alguns jogos a suscitar especial interesse destacando-se entre outros, por exemplo, aquele que irá colocar frente a frente Suécia e Inglaterra e, especialmente, o Holanda-Alemanha, que terá como árbitro o português Pedro Proença.

E há também outros que, pelo seu exotismo, dão lugar a comentários chocarreiros apontando para uma certa desconfiança por se duvidar se o que está em causa são, verdadeiramente, aspectos meramente desportivos.

Estão neste patamar, em especial, dois dos jogos dessa curiosa lista: aquele que a Argentina se prepara para disputar na Arábia Saudita, e o outro a realizar em Libreville, entre as selecções do Gabão e de Portugal. Em ambos os casos, terão sido colocadas à frente de quaisquer outras, razões de ordem financeira que, de resto e no nosso caso, os responsáveis federativos fizeram questão de divulgar.

O Gabão não é sequer uma potência do futebol africano. Na única vez que teve acesso à CAN - Taça Africana das Nações -, no início de 2012, consegui-o pela simples razão de se tratar de país organizador, em conjunto com a Guiné-Equatorial.

Além disso, nem todas as notícias que têm chegado de Libreville, referem condições logísticas e climatéricas muito recomendáveis.

Numa altura em que os jogadores convocados estão, na sua grande maioria, envolvidos em competições submetidas a enorme pressão, tanto a nível nacional como internacional, fica a dúvida se esta terá sido a melhor opção para continuar a preparação dos nossos seleccionados.

Os 800 mil euros que a Federação Portuguesa vai cobrar pelo cachet representam uma verba significativa nos tempos que correm, e há oportunidades que não podem nem devem ser desperdiçadas.

Oxalá o jogo não tenha consequências desagradáveis e os seus custos não venham a ser superiores à verba agora cobrada.