Tempo
|

Ribeiro Cristóvão

Longo intervalo

19 out, 2012 • Ribeiro Cristóvão

Não é aceitável este critério português de proceder a paragens constantes, que lá mais para diante vão obrigar a acelerações escusadas. Continua, por isso, a não se perceber muito bem o que está em jogo.

Longo intervalo

Em mais uma das estranhas paragens dos campeonatos profissionais de futebol, eis-nos perante mais uma jornada da Taça de Portugal que promete ser sensaborona, a não ser que de Moreira de Cónegos venha a surpresa que não faz parte das previsões mais optimistas.

O calendário das nossas provas oficiais não tem trazido novidades.

As ligas arrastam-se a passo de caracol, com interrupções nem sempre perceptíveis, e nem as jornadas duplas da fase de apuramento do Mundial ajudam a compreender melhor o que está por trás de tudo isto.

O campeonato principal está parado há duas semanas, com consequências pouco agradáveis sob diversos aspectos.

Antes de mais, porque deixa de haver receitas para enfrentar compromissos inadiáveis, dos quais o pagamento de salários é o mais urgente, depois porque a falta de competitividade arrasta os jogadores para uma descompressão pouco recomendável.

A Taça de Portugal, ainda em fase inicial, não ajuda a solucionar todos estes problemas.

Já se viu a forma desinteressada como o Benfica encarou o jogo que teve de realizar em Freamunde, sendo perfeitamente aceitável que a atitude dos portistas se traduza em comportamento semelhante na visita, neste sábado, ao campo do Santa Eulália.

Só o Sporting está obrigado a uma actuação mais aplicada, não vá acontecer uma qualquer surpresa das muitas em que a competição é fértil.

Mas, porque estão muitas coisas em jogo para as bandas de Alvalade, é natural que esta deslocação seja levada muito a sério.

A questão do treinador está por esclarecer, a situação no campeonato é comprometedora, razões suficientes para abordar esta eliminatória com redobrada aplicação.

Mesmo às portas de mais uma ronda europeia, com a Liga dos Campeões e a Liga Europa a exigirem as maiores cautelas, os campeonatos mais competitivos, tais como os da Espanha, Itália, Alemanha e Inglaterra, não sofrem neste fim de semana qualquer interrupção, e vão mesmo realizar-se alguns jogos de exigência máxima.

Daí que continue a não ser aceitável este critério português de proceder a paragens constantes, que lá mais para diante vão obrigar a acelerações escusadas.

Continua, por isso, a não se perceber muito bem o que está em jogo.