Emissão Renascença | Ouvir Online

Ribeiro Cristóvão

Tempestade e bonança

01 out, 2012 • Ribeiro Cristóvão

O futebol português arranca amanhã para uma semana em que vai ser confrontado com duros testes europeus para as seis equipas que se mantêm nas competições da UEFA.

Tempestade e bonança
O futebol português arranca amanhã para uma semana em que vai ser confrontado com duros testes europeus para as seis equipas que se mantêm nas competições da UEFA, mas os dias que ficaram para trás não deixaram de pôr igualmente à prova a capacidade de alguns deles poderem garantir um futuro tranquilo e de sucesso.

As assembleias gerais realizadas pelos grandes de Lisboa deixaram de novo à vista a situação caótica em que ambos se encontram no plano financeiro, sem que isso pareça constituir grande preocupação das respectivas massas associativas. Para estas, mais importante é atender aos resultados do futebol e, desde que por aí as coisas corram bem, o clube navega sempre por entre as marés mais calmas.

No Benfica, como se recorda, a turbulência marcou a última reunião magna, e as contas acabaram mesmo por não ser aprovadas. Mas aqui entra também em jogo o próximo acto eleitoral que já agita a família encarnada há algum tempo, e ameaça mesmo causar ainda mais estragos.

Quanto ao Sporting, e ao contrário, foi uma assembleia calma com as contas a merecerem aprovação e o futebol a passar ao lado do debate. É um assunto que tem sido tratado com pinças para as bandas de Alvalade, certamente para não fazer abanar ainda mais o edifício que ameaça desabar de um dia para o outro.

O silêncio quase sepulcral que continua a rodear as más exibições da equipa e os resultados que daí advêm, só se estranha se comparado com o ruído que tem sido notório em circunstâncias semelhantes num passado recente. O caso de Domingos é disso o mais acabado exemplo, cujo despedimento ficou separado por poucas horas de um voto de confiança.

Para as bandas do Porto, o empate consentido em Vila do Conde, também não deixa de causar apreensão e poderá mesmo representar o soar de alarme que parecia desactivado. Afinal, a equipa campeã também tem vulnerabilidades, embora para consumo interno deixe perceber que apenas pouco mais será necessário do que estar atenta a pormenores.

E o derby minhoto revelou um Sporting de Braga mais forte do que o seu maior rival de sempre. Só se lamenta que no dia seguinte, no jogo entre equipas B dos dois clubes, se tenham registado incidentes que nenhuma rivalidade justifica ou consente.

Ultrapassado tudo isto, deixem em paz os jogadores e os treinadores, sobretudo estes. Pelo menos por estes dias mais chegados, em que uma nova chamada à Europa vai confirmar ou desmentir um posicionamento no ranking de que tem motivos para se orgulhar o futebol português.