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Ribeiro Cristóvão

Simplesmente exemplar

27 set, 2012 • Ribeiro Cristóvão

Miroslav Klose teve a hombridade de se dirigir ao árbitro do jogo, entre Nápoles e Lazio, e denunciar o lance irregular no qual tivera intervenção directa, pedindo ao juiz para anular o golo que havia validado.

Simplesmente exemplar

Como acontece em praticamente todas as semanas, a última quarta-feira foi aproveitada em vários países da Europa, e não só, para fazer avançar os calendários de futebol, nuns casos jogando-se para a prova principal, noutros disputando-se eliminatórias da taça.

Foi o caso da Itália, onde decorreu a quinta jornada do campeonato, comandado agora com igual número de pontos pela Juventus e pelo Nápoles, depois de os napolitanos terem vencido ontem, de forma concludente, a Lázio por 3-0.

E foi precisamente deste jogo que pôde extrair-se o maior exemplo de fair-play registado em campos de futebol nos últimos anos.

Foi seu protagonista Miroslav Klose que, com o resultado em branco, apontou com a mão um golo que colocaria a equipa de Roma em vantagem, e lhe poderia abrir o caminho para uma saborosa vitória.

Só que o jogador alemão ao serviço da Lázio teve a hombridade de se dirigir ao árbitro do jogo, denunciar o lance irregular no qual tivera intervenção directa, e pedir ao juiz para anular o golo que havia validado.

Foi um gesto nobre que os seus adversários aplaudiram no relvado, e o público sublinhou com uma prolongada ovação.

Klose, um futebolista polaco naturalizado alemão foi, ao serviço da selecção germânica, o goleador do Mundial de 2006 com cinco golos marcados que lhe valeram a atribuição da Bota de Ouro desse ano, e ajudaram a alcançar um assinalável palmarés que se traduz em 64 tentos apontados com a camisola germânica.

No ano passado trocou o Bayern de Munique, onde atingiu grande notoriedade, pela Lázio tendo assinado um contrato com a duração de duas temporadas, que expira em Junho do próximo ano.

É oportuno dar a conhecer todo este percurso de um jogador que acaba de legar ao futebol um exemplo que infelizmente não é muito comum, e que por certo não irá merecer nos jornais do mundo espaço que vá para além de uma simples notícia.

A verdade é que se alguém andasse pelos estádios de futebol com uma candeia acesa, qual antigo filósofo grego Demóstenes, à procura de um jogador exemplar, tê-lo-ia encontrado há pouco mais de 24 horas no velho estádio de San Paolo, em Nápoles, podendo ler nas costas da sua camisola simplesmente Klose.