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Ribeiro Cristóvão

Cenários preocupantes

17 set, 2012 • Ribeiro Cristóvão

Os tempos não têm sido fáceis para ninguém. Mas, ainda assim, sempre é melhor ir conquistando alguns pontos para deste modo atenuar o desencanto das massas associativas às quais apenas interessa ganhar sem olhar ao preço.

Cenários preocupantes

Mesmo que as competições europeias tenham passado a constituir o objectivo mais imediato de muitas equipas que tomam parte nos campeonatos com maior visibilidade, a verdade é que o curto espaço percorrido até aqui por algumas delas está já a dar azo a diversas especulações e às mais justificadas preocupações.

À cabeça, o Real Madrid. Atrasado do seu arqui-rival Barcelona, e já a uma considerável distância traduzida em oito pontos após apenas quatro jornadas disputadas, o clube da capital espanhola encontra-se num beco de difícil saída.

José Mourinho parece ser incapaz de surpreender as equipas adversárias, o que leva alguns jogadores, ainda que em surdina, a adivinhar a sua queda num curto espaço de tempo.
 
A Liga dos Campeões apresenta-se, agora, como a única possibilidade de minorar os estragos já causados, o que torna os próximos dias ainda mais decisivos.

Por cá, o foco incide de novo sobre o Sporting.

Sem uma vitória sequer no campeonato, atrasado cinco pontos da concorrência mais directa, e sem que possa prever-se uma recuperação a curto prazo, a descrença volta a instalar-se mesmo nos sectores mais conservadores, colocando no fio da navalha a continuidade de Sá Pinto à frente da equipa que, a cada desafio que passa, parece ter maiores dificuldades em organizar.

A deslocação à Madeira não representou afinal, e como havia sido prometido, o virar de página que desse lugar ao reinstalar da esperança e à aproximação dos seguem na frente.

Por isso, a crítica soa cada vez mais com maior intensidade, os reparos surgem de todos os lados, o que torna inevitável a tomada de medidas caso o rumo não se altere nos próximos dias.

Também não é pacífica a vida nas outras colectividades portuguesas mais prestigiadas.

O Benfica, sem algumas das pedras que tanto ajudaram a construir sucessos do passado, vive atormentado à espera de notícias sobre o seu capitão, a quem a Fifa pode impedir de participar também nas competições europeias.

O acto irreflectido de Luisão vai assim continuar por muito tempo a causar estragos para as bandas da Luz.

E no FC Porto, depois da orfandade provocada pela saída de Hulk, a fragilidade momentânea do Presidente parece estar já a permitir que algumas cabeças apareçam à tona arrastando consigo uma certa instabilidade que os próximos jogos vão ou não confirmar.

Os tempos não têm sido fáceis para ninguém. Mas, ainda assim, sempre é melhor ir conquistando alguns pontos para deste modo atenuar o desencanto das massas associativas às quais apenas interessa ganhar sem olhar ao preço.