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Ribeiro Cristóvão

Jogo de ricos

25 jul, 2012 • Ribeiro Cristóvão

Pedir aos sócios que paguem entre 20 a 55 euros, consoante os lugares, para assistir ao jogo com o Real Madrid é esticar demasiado a corda num jogo particular.

Jogo de ricos

Na próxima sexta-feira, às 19h00, o Benfica realiza mais um teste às capacidades da sua equipa de futebol, defrontando o Real Madrid naquela que será quinta edição da Eusébio Cup, uma homenagem ao maior jogador da história do clube encarnado.

Para além de querer defrontar um histórico do futebol mundial, o clube da Luz escolheu para esta ocasião um adversário com o qual tem mantido ao longo dos tempos duelos inesquecíveis, alguns dos quais contaram com a preciosa, decisiva e sempre recordada colaboração do “pantera negra”.

Num desafio já mais a sério, o Benfica assim dá novo alento à fase de preparação por que passa, com Jorge Jesus a ensaiar outras experiências num conjunto que está longe de ser definitivo, e lançando jogadores cuja categoria carece ainda de confirmação.

O mesmo se passará do lado do Real Madrid, que se estreou com uma goleada frente ao Oviedo, clube da segunda divisão espanhola, num desafio em que brilhou Di Maria, e em que José Mourinho deu oportunidade a todos os jogadores da “cantera” madridista, que assim tiveram a oportunidade de alinhar ao lado dos escassos dois ou três habituais titulares da formação principal.

Agora, na Luz, sem que o resultado final conte, e ainda que não se coloque em dúvida a aplicação e o empenho dos que vierem a ser chamados, o quadro que nos será oferecido daqui por dois dias, com mais ou menos retoques, não deverá divergir muito das exibições já conhecidas de ambas as equipas.

Por tudo isto, mas também e sobretudo porque os tempos que correm não convidam a despesas extra, não deixa de causar estranheza a tabela de preços dos ingressos no estádio, que atinge números muito semelhantes aos dos melhores desafios do Benfica em participações recentes, até nas competições europeias.

Pedir aos sócios que paguem entre 20 a 55 euros, consoante os lugares, é esticar demasiado a corda num jogo particular, em que nem sequer os motivos de que se rodeia permitem justificar.

Os sinais deste tempo são de crise. E os dirigentes benfiquistas não estão dispensados de estarem atentos a esses sinais.