Tempo
|

Ribeiro Cristóvão

E depois do adeus

28 jun, 2012 • Ribeiro Cristóvão

Depois do sonho do Europeu vem aí o tempo de colocar os pés bem assentes na terra para preservar aquilo que resta e ainda é possível salvar. 

E depois do adeus

Terminou a aventura portuguesa no Euro 2012. O país regressa agora à sua realidade. Com uma despedida envolta em enorme desilusão, mas com a satisfação de se ter visto uma selecção ir além das expectativas, chegou ao fim o sonho alimentado dias a fio de poder chegar à final.

Fica também a ideia de que estão lançadas as bases para as novas tarefas que vêm a seguir, a primeira das quais vai juntar de novo todo o grupo já no próximo mês de Setembro, para aí iniciar a caminhada que o leve até ao Mundial de 2014, cuja fase final terá lugar no Brasil.

Na ressaca do campeonato que para nós agora terminou haverá certamente lugar para uma ampla reflexão por parte dos responsáveis, com o seleccionador na primeira fila, sendo no entanto pouco recomendável que venha a assistir-se na praça pública a ajustes de contas visando apontar o dedo a quantos possam ter estado do outro lado da trincheira na condição de críticos, um direito inegável que cabe a todos.

Esperemos, pois, que haja capacidade para fugir à tentação de uma discussão sem sentido e, sobretudo, sem resultados práticos para o que mais importa na salvaguarda do interesse do futebol nacional.

Todos sabemos das nossas limitações, cada vez maiores, na medida em que aumentam as dificuldades dos clubes portugueses em manter de pé as suas actuais estruturas. A próxima temporada prenuncia problemas graves, alguns dos quais estão já à vista com a impossibilidade de participarem plenamente nas competições programadas.

Situar as selecções nacionais à margem deste problema não vai ser tarefa fácil para os responsáveis, mesmo estando num país onde a Federação é rica e os clubes são pobres, dando assim lugar a uma desequilibrada distribuição de dinheiros.

Por tudo isto, depois do sonho do Europeu vem aí o tempo de colocar os pés bem assentes na terra para preservar aquilo que resta e ainda é possível salvar.