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Ribeiro Cristóvão

Outras contas

20 jun, 2012 • Ribeiro Cristóvão

A partir de agora cada jogo terá a sua própria história, sem direito a regresso ao ponto de partida.

Outras contas

A máquina de calcular já terminou a sua função. Agora, as contas são outras, mas nem por isso menos difíceis de fazer. A partir de agora cada jogo terá a sua própria história, sem direito a regresso ao ponto de partida.

E, na corrida que nesta quinta-feira se inicia, Portugal é chamado a desempenhar um papel importante como grande protagonista que já é do Campeonato da Europa.

Apertado o crivo à medida a que os jogos foram decorrendo, os quartos-de-final são agora reservados a uma maior qualidade. E por isso ali encontramos selecções como as da Alemanha e Espanha, num primeiro e pequeno lote de favoritos, da Itália, Inglaterra, Portugal e França logo a seguir, mas nem por isso menos capazes de chegar ao fim na dianteira.

A fase que se segue tem honras de abertura com um encontro –Portugal/República Checa-  que suscita grandes expectativas e em que as apostas geram inusitado movimento.  Os anuários do futebol não enchem muitas páginas com jogos entre portugueses e checos, mas pelo menos dois reclamam a nossa atenção.

O primeiro, quando em 1996, na cidade inglesa de Birminhgam, Karel Poborsky traiu Vítor Baía e nos atirou borda fora do campeonato desse ano, depois em 2008, numa edição mais avançada dos europeus com Portugal a vencer por 3-1.

Agora, e ao contrário do que vinha sendo hábito num passado recente, uma boa fatia de  portugueses embandeiram em arco e já proclamam a chegada às meias-finais do Euro-2012, como se o adversário a defrontar não vá além de mero figurante. É, no fundo, a velha tendência lusitana de passar rapidamente da depressão à euforia.

É verdade que a realidade com que deparámos por estes dias nos permite acalentar esperanças. A selecção portuguesa dispõe neste momento de melhores argumentos do que a sua adversária checa mas, como reza uma velha máxima do futebol, não há vencedores nem vencidos por antecipação, por maiores desequilíbrios que estejam à vista.

Convirá, por isso, não entrar num estado de euforia que nos leve a pensar que não é difícil o caminho que temos pela frente.