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Ribeiro Cristóvão

Vender os anéis

25 mai, 2012 • Ribeiro Cristóvão

João Pereira já tem guia de marcha para Valência, Rui Patrício está em fila de espera e, se houver compradores, outros se seguirão, não importando para o caso os seus nomes.

Vender os anéis

Fechadas as portas do estádio e da academia, o Sporting abre os cofres para ali guardar, certamente por pouco tempo, os primeiros euros provenientes de receitas recolhidas com a venda de jogadores.

João Pereira já tem guia de marcha para Valência, Rui Patrício está em fila de espera e, se houver compradores, outros se seguirão, não importando para o caso os seus nomes.

As aparências fazem perceber que não contam os nomes, porque tudo está à venda na ânsia de realizar as receitas necessárias à satisfação de compromissos assumidos, e que o vazio do defeso não permite regularizar, uma vez que os ansiados investidores continuam igualmente a não dar sinal.

Para complicar ainda mais, os resultados do passado recente deixaram uma pesada herança em que apenas os encargos predominam. Os insucessos do Sporting foram-se registando à velocidade do relâmpago.

Afastado muito cedo da possibilidade de discutir o título de campeão, não chegou longe na Taça da Liga e, embora sendo a derradeira possibilidade de amenizar tão árido deserto, a Taça de Portugal acabou por se transformar num pesadelo.

Pelo meio ficou a Liga Europa, que ainda chegou a alimentar esperanças aos adeptos de poder vir a transformar-se na redenção de uma temporada frustrante.

Mas, apesar de alguns sucessos pouco previsíveis, a segunda competição da UEFA veio a transformar-se no suplício de Tântalo, que deixou toda a gente sequiosa dos troféus que acabaram por nunca aparecer.

Por detrás do balanço de dez meses de um vazio preocupante, há nomes cuja acção não pode deixar de merecer a especial atenção daqueles que querem um Sporting para o futuro e com futuro.

Quanto à equipa dirigente, parece não haver muitas dúvidas quanto à necessidade de uma mudança urgente na sua composição.

Tanto quanto se sabe, o Sporting passa por uma revolução intranquila, levada a cabo por responsáveis sem traquejo, ao que parece apenas interessados em manter as suas pedras  em posições de sobrevivência.

Perdida a Taça de Portugal, também o treinador sente já os efeitos de alguma contestação vinda dos sectores mais radicais, bem visível aliás nas colunas sociais.

Com a humilhante derrota frente à Académica, e a inexistente qualidade de jogo que lhe deu origem, o treinador sente já por perto o ruído da crítica que poderá subir de tom se a próxima temporada começar com esta terminou.