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Ribeiro Cristóvão

Taça enjeitada

16 abr, 2012 • Ribeiro Cristóvão

É urgente a tomada de medidas que conduzam à alteração do actual modelo da Taça da Liga que, face à ausência de um patrocinador, começa ela própria a dar sinais de uma agonia anunciada.

Taça enjeitada

A final da Taça da Liga acabou por não furar a grande maioria das previsões, pelo que o Benfica saiu de Coimbra como o grande açambarcador de um troféu que, apesar de tudo, continua a não despertar especiais cobiças.

Os próprios adeptos do clube da águia não encontraram motivos para grandes festejos, tendo até aproveitado o momento para descarregar algumas das suas frustrações sobre o seu técnico e jogadores, como prova de que a época continua a não justificar todas as expectativas que depositaram na equipa.

Como também ficou demonstrado, mais uma vez, é urgente a tomada de medidas que conduzam à alteração do actual modelo da competição que, face à ausência de um patrocinador, começa ela própria a dar sinais de uma agonia anunciada.

Com as mudanças que alguns responsáveis teimam em introduzir já na próxima temporada, começa a tornar-se cada vez mais difícil descobrir um espaço que possa vir a ser dado à disputa de uma taça enjeitada por muitos e que, por isso, parece ter o seu  fim cada vez mais à vista.

Independentemente do destino que venha a conhecer, não pode deixar no entanto de ser reconhecido mérito ao Benfica pela conquista do quarto troféu consecutivo, sobretudo por acontecer num período em que a equipa não anda em paz com os seus associados e até consigo própria.

Por outro lado, é de toda a justiça relevar a presença do Gil Vicente neste desafio decisivo que, mesmo tendo perdido, serviu para confirmar o notável destaque que tem vindo a merecer ao longo dos últimos meses, de modo especial no campeonato.

Tendo ganho ao Porto e ao Sporting e empatado com o Benfica na Liga, e afastado o Braga da final desta Taça, bem pode afirmar-se que tais sucessos não são obra do acaso, antes fruto de um trabalho sério e de qualidade de atletas, dirigentes e gente anónima que não se poupam a esforços para manter bem erguida a bandeira da uma terra que o futebol tem projectado decisivamente nos tempos mais recentes.