Intermezzo

O Benfica-Porto de logo à noite marca um novo espaço no agora muito apressado calendário federativo sem que, no entanto, muitos dos protagonistas de ambos os lados lhe dediquem atenção muito cuidada. Até a circunstância de apenas se prever meia casa no estádio da Luz ajuda a perceber este desconfortável desinteresse.

É que o campeonato chama a si todas as prioridades e reclama os maiores cuidados nesta recta final em que o trio da frente se mantém colado e ainda com muito e difícil caminho a percorrer.

O jogo desta terça-feira não pode, por isso, ser encarado como um tira-teimas ou a clarificação do recente clássico que acabou por determinar inesperada mudança nos dados até então disponíveis na tabela classificativa.

Neste caso, para além da intenção dos responsáveis técnicos em fazer poupanças que possam contribuir para a recuperação de jogadores mais utilizados, existem também os condicionamentos impostos por um regulamento que tarda em ser reformulado para que possa dar à competição uma verdadeira dimensão nacional.

Enquanto não houver coragem para alterar o figurino em vigor colocando todos os clubes em pé de igualdade, e inverter a tendência actual de fazer chegar sempre os mesmos às jornadas terminais, pouco significado têm os prémios atribuídos e que, por sinal, chegam quase sempre às tesourarias do costume.

E, porque também não é por enquanto possível reservar-lhe um lugar nas competições da UEFA, a Taça da Liga está condenada a este desinteresse que nem alguns clássicos ajudam a inverter.

O de hoje será só mais um exemplo. Vai dar para perceber que a intensidade posta em jogo fica muito aquém daquela que normalmente nos é garantida por um verdadeiro desafio de campeonato ou até… da Taça. A verdadeira, claro…