Guerreiros a sério

O Sporting de Braga tem vindo a afirmar-se como um grande do futebol português mercê de uma política correctamente pensada e sensatamente executada, que o coloca num patamar que outros, com melhores meios ao seu dispor, não têm sido capazes de alcançar.

Tal posição, cada vez mais consolidada, fica a dever-se à visão gestionária de pessoas que tiveram capacidade de transportar para o futebol experiências de sucesso noutras áreas que, aplicadas com rigor, só podem ter bons resultados.

Uma das batalhas do clube bracarense, a de disputar a hegemonia minhota com o Vitória de Guimarães, parece ganha há algum tempo.

O fosso aberto entre as duas colectividades rivais alarga-se a cada dia que passa, e no futebol, se dúvidas ainda houvessem, isso ficou ontem claramente demonstrado.

Num plano mais alargado, a afirmação dos arsenalistas não suscita quaisquer dúvidas.

A proeza conseguida, ao chegar à final da Liga Europa e ali bater o pé ao poderoso Futebol Clube do Porto, ficou como o ponto mais alto do seu percurso recente, mas nem isso pode ser considerado um acto isolado.

Na temporada que decorre, o percurso quase imaculado feito até aqui, sobretudo no campeonato, é mais uma prova da consistência de um projecto marcado por etapas assentes em grande segurança, e que faz com que a preocupação dos chamados grandes aumente a cada jornada que passa.

Como nota curiosa, o facto de os bracarenses disporem de algumas especiais mais-valias, entre as quais Nuno Gomes, Quim e Rúben Amorim, três elementos de um já muito alargado lote de proscritos de Jorge Jesus que não os quis no Benfica para virem a ser cedidos a um concorrente directo.

Separado de Porto e Benfica por apenas três pontos e perante a possibilidade de ver essa distância encurtada já no próximo fim-de-semana, o Sporting de Braga é, sem se assumir abertamente, um sério candidato ao título de campeão nacional.
 
Uma boa razão para os adeptos da descentralização poderem descortinar a possibilidade de fazer uma festa que sempre lhes tem estado vedada.