Emissão Renascença | Ouvir Online

Ribeiro Cristóvão

Frente ampla

27 fev, 2012 • Ribeiro Cristóvão

A reviravolta registada ao cabo de apenas duas jornadas, não estava certamente nas previsões da maioria. Muito menos da até aqui poderosa máquina do Benfica e dos seus prosélitos, para quem o título parecia decidido há muito.

Frente ampla

Com dez jornadas para cumprir no principal campeonato português, o Futebol Clube do Porto regressou à liderança perdida há muito tempo e, embora em igualdade pontual com o Benfica, abriu espaço para um último terço empolgante. As próximas fortes emoções estão já garantidas para a esta sexta-feira.

A reviravolta registada ao cabo de apenas duas jornadas, não estava certamente nas previsões da maioria. Muito menos da até aqui poderosa máquina do Benfica e dos seus prosélitos, para quem o título parecia decidido há muito. Sem discussão.

Bastaram no entanto dois jogos para que tudo mudasse. E não nos referimos somente à nossa competição doméstica. O primeiro grande aviso chegou da Rússia, onde o Benfica soltou o primeiro sinal de uma fraqueza que parece ter atingido a sua equipa de modo fulminante. Depois, o campeonato confirmou o resto em duas jornadas consecutivas.

Com a equipa a baixar no plano físico e juntando a isso a ausência de jogadores fundamentais, sendo Javi Garcia a face mais visível dessas insuficiências, o treinador Jorge Jesus parece ter perdido também algum controlo da situação, tendo por isso engrossado a onda contestatária que já se vinha sentindo à sua volta, e que teve expressão visível em Coimbra após o jogo que a equipa acabara de empatar com a Académica.

Numa equipa que continua a revelar-se estranhamente desequilibrada no plano defensivo, em cujo sector Emerson tem sido a figura de maior destaque, pela negativa, sem que Jorge Jesus tome qualquer iniciativa tendente a alterar essa situação, tem-se tornado cada vez mais difícil resistir à pressão a que é submetida por adversários mais prevenidos e com capacidade para o fazer.

Parece indiscutível que, entre outros, este conjunto de factores acaba de permitir a junção dos portistas aos benfiquistas na constituição de uma frente mais ampla, da qual seria pouco avisado afastar o Sporting de Braga. Por isso, o campeonato ganha novos aliciantes, agora com a garantia de que vai haver despique até ao fim.

No rescaldo da jornada agora encerrada, é justo fazer também um aceno à ligeira melhoria evidenciada pelo Sporting, ainda que a qualidade do futebol exibido continue  longe de justificar uma mudança radical da sua actual posição na tabela.

Uma nova vitória no consulado de Sá Pinto arrastou também consigo uma atitude diferente, assente numa maior força do colectivo e numa capacidade de combate de que não se deu conta durante meses a fio. Aguardemos para confirmar até que ponto esta evolução continua.