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Ribeiro Cristóvão

Sem norte

20 fev, 2012 • Ribeiro Cristóvão

Aos empates no Porto, em Braga e em Barcelos sucedeu-se agora uma inesperada derrota em Guimarães, frente a um conjunto de jogadores que não conhecem a cor do dinheiro vai para três meses, mas ainda assim capazes de travar o passeio até aqui triunfal dos encarnados.

Do Norte do país têm vindo as grandes dores de cabeça para o Benfica. Aos empates no Porto, em Braga e em Barcelos sucedeu-se agora uma inesperada derrota em Guimarães, frente a um conjunto de jogadores que não conhecem a cor do dinheiro vai para três meses, mas ainda assim capazes de travar o passeio até aqui triunfal dos encarnados.

Os milionários da Luz soçobraram frente a uma equipa que tem feito pela vida, e que assim consolida o sexto lugar na perseguição a Marítimo e Sporting, estes talvez muito incomodados pelo triunfo vimaranense de ontem à noite.

Não será despiciendo abordar esta derrota na cidade do Fundador na sequência do  desaire dos encarnados na Rússia frente à melhor equipa de São Petersburgo, pelo significado que possa arrastar consigo, e por confirmar que campeonato está, afinal, longe da decisão final.

O que aconteceu nesta segunda-feira foi também um bom incentivo para o Futebol Clube do Porto, que deste modo vê encurtada para apenas dois pontos a distância que agora o separa do líder da classificação.
 
É fácil imaginar a curiosidade e ansiedade com que o jogo terá sido acompanhado pela comitiva portista prestes a partir para Manchester, podendo inclusive considerar-se que o desfecho de Guimarães terá constituído um bom contributo para o ânimo dos portistas nas vésperas desse embate com o City que muitos dão já como perdido.

O Benfica não perdeu apenas pela primeira vez na Liga portuguesa. O rolo compressor de Jorge Jesus também não funcionou, à vista ficaram algumas fragilidades e insuficiências até aqui desconhecidas numa equipa ganhadora e que muitos já consideravam o campeão antecipado.

Ao contrário do Benfica, os seus companheiros de vanguarda marcaram pontos nesta jornada, ainda que nem todas as exibições se tenham revelado de primeira água. A excepção voltou a ser o Sporting de Braga com um triunfo expressivo e inatacável frente ao Gil Vicente, a reforçar a sua candidatura à Champion´s do próximo ano.

Quanto aos portistas, venceram é certo, mas mercê de uma exibição descolorida e conseguida e frente ao lanterna vermelha da classificação. Talvez a tradição vitoriosa dos dragões em Setúbal nem exigisse mais.

Já o Sporting, com Sá Pinto ao leme, “apenas” venceu, o que não foi pouco. Porque, quanto à exibição, voltou a revelar a sensaboria que vem repetindo ao longo dos meses. Uma verdadeira pobreza franciscana, a destes leões sem juba.