16 fev, 2012 • Ribeiro Cristóvão
O Benfica perdeu ontem à noite uma “batalha”, mas não perdeu a “guerra”, que só terá o seu epílogo no próximo dia 6 de Março.
Confirmaram-se as dificuldades das quais havíamos falado, do mesmo modo que ficou à vista a possibilidade de os encarnados chegarem aos quartos de final da Champion´s, não obstante as dificuldades que ainda vão ter de ultrapassar.
As condições atmosféricas e o estado do relvado do estádio de São Petersburgo apresentavam-se como grandes adversários da equipa do Benfica, formada à base de jogadores sul-americanos e, portanto, inadaptados a condições daquela natureza.
Mas não é apenas dessa particularidade que pode queixar-se.
Porque na verdade erros houve de que agora os seus jogadores e técnico têm de penitenciar-se, e que não poderão repetir-se no jogo da segunda mão, no estádio da Luz, onde o Benfica assume a maior fatia do favoritismo que embale a equipa rumo aos quartos final.
Apesar de reiterada e sempre aclamada perspicácia de Jorge Jesus, este não deveria ter insistido na reentrada de Rodrigo, quando cedo se viu que a sua lesão poderia envolver alguma gravidade.
Para além de poder ter contribuído para o agravamento do estado do excelente jogador, retardou a entrada de Aymar o qual bem poderia ter-se tornado mais cedo no elemento decisivo do jogo.
Essa faceta assumiu-a Maxi Pereira, ao estar no melhor e no pior do vice-campeão português. Marcou um golo confirmando um grande sentido de oportunidade, mas falhou em dois lances capitais, que proporcionaram ao Zenit outros tantos golos que, oxalá, não venham a ser decisivos.
Apesar de tudo isto, o Benfica tem a eliminatória ao alcance da mão.
Mesmo tendo em conta o afastamento, por castigo, do argentino mais cerebral da equipa, Aimar, e da hipótese de não poder contar com Rodrigo, por lesão, os encarnados possuem argumentos que lhes permitem ultrapassar este adversário russo.
Sem esquecer que o Zenit defende bem e sai rápido com um futebol fluido e fácil para o ataque, com jogadores que trocam bem a bola entre si, e que em Lisboa já deverá contar com um guarda-redes de qualidade diferente, para melhor.
Jorge Jesus não deve descurar estes pormenores sob pena de poder comprometer uma carreira na Liga do s Campeões que até hoje sempre pareceu destinada ao sucesso.