Bons propósitos

Os candidatos à Presidência da Federação Portuguesa de Futebol acabam de conceder à Renascença duas interessantes entrevistas que, de um modo mais alargado, vão merecer nos próximos dias considerações que os respectivos conteúdos justificam.

Um dos temas abordados merece, no entanto e desde já, uma abordagem que não deixará de arrastar consigo algumas previsíveis dificuldades nos próximos tempos.

Referimo-nos às intenções manifestadas tanto por Fernando Gomes como por Carlos Marta de recuperar para a selecção nacional dois elementos afastados recentemente do grupo por decisão de Paulo Bento.

Embora nem todos tenham estado de acordo, a verdade é que o seleccionador nacional foi taxativo nas duas vezes em que foi solicitado a pronunciar-se sobre o assunto.

Tanto em relação a Ricardo Carvalho como a José Bosingwa, Paulo Bento afastou a hipótese de qualquer deles voltar a ser chamado enquanto lhe pertencer a responsabilidade de estar à frente da principal equipa que representa o país.

O apuramento de Portugal para a fase final do Campeonato da Europa em 2012, já ajudara a recuperar este tema.
Gomes e Marta trazem-no de novo para a actualidade.

Mesmo perante a intransigência reiterada pelo seleccionador, uma boa parte da opinião pública e da publicada, tem vindo a repetir a necessidade de um entendimento que permita recolocar na selecção dois jogadores considerados fundamentais.

Por isso, com as declarações agora proferidas aos microfones da Renascença, os dois candidatos deixam antever algumas dificuldades para a melhor maneira de sair airosamente deste imbróglio.

Não vai ser fácil demover Paulo Bento.

Na memória estão ainda acusações que são do domínio público e que, por serem consideradas ofensivas, criaram na altura, uma situação que vai tornar mais difícil o entendimento.

Se for alcançado, com honra para todas as partes, será um bom serviço prestado ao futebol português.

E um primeiro excelente desempenho que o candidato vencedor protagonizará na Federação.