07 nov, 2011
É o que acontece com a regulação da actividade financeira, do urbanismo e ordenamento do território, da construção ou das obras públicas.
O processo é até meio rocambolesco. Aos grandes escritórios de advogados é requisitada a produção legislativa, a troco de centenas de milhares de euros. O resultado é habitualmente miserável: leis extensas, complexas e confusas, com inúmeras regras e outras tantas excepções. Mas como a legislação é incompreensível, as sociedades de advogados garantem ainda o mercado dos pareceres jurídicos: irão vender, ad eternum, esclarecimentos sobre as leis indecifráveis que eles próprios produziram e assim ganharão milhões.
Simultaneamente, estas sociedades de advogados vão oferecer às empresas privadas os seus préstimos; pois, melhor do que ninguém, conhecem as lacunas da lei, de que podem beneficiar os privados e os seus negócios. Ganham assim em três carrinhos, enquanto nós portugueses perdemos em toda a linha.