Tempo
|

Ribeiro Cristóvão

Na crista da onda

23 fev, 2015

Desempenho dos árbitros está em foco. Nos últimos dias foi relativamente fácil encontrar motivos para as censuras que se tornaram do domínio público. Cá e lá fora.

Com a temporada futebolística a entrar na sua fase mais acesa, as arbitragens voltam à crista da onda e, com a intensidade de sempre, regressa a polémica à volta do trabalho de equipas de arbitragem.

Uma polémica em relação à qual se podem apontar diversos culpados, a começar pelos próprios árbitros, passando pelos jogadores, quase sempre disponíveis para lhes dificultarem as tarefas e, para terminar, nos dirigentes, os quais quando sentem o fogo a rondar-lhes a porta começam a disparar na direcção que lhes dá mais jeito.

E, pelo meio, claro, também a imprensa desportiva no seu todo, raramente coincidente nas suas análises ao trabalho dos juízes de campo, as quais são muitas vezes entregues a especialistas incapazes de disfarçarem o inconformismo e as incompatibilidades que os afastaram do sistema de que fizeram parte.

Mas é, no meio de tudo isto, o desempenho dos árbitros o foco mais importante do que todos os demais. E, convenhamos, nos últimos dias foi relativamente fácil encontrar motivos para as censuras que se tornaram do domínio público. Cá e lá fora.

Lá fora, basta fazer uma rápida visita aos desafios mais recentes em que intervieram clubes portugueses nas competições europeias para termos a certeza de que nem tudo correu bem. E ainda: até José Mourinho deixou no ar esta semana críticas aos prejuízos do seu clube, as quais só não foram mais explicitas porque a mão da justiça federativa inglesa é demasiado pesada.

E entre nós, os protestos espalharam-se de forma vasta sobretudo pelo mapa continental.

De Chaves, choveram protestos covilhanenses pela actuação de um árbitro de apenas 27 anos, descuidadamente nomeado para um desafio de tamanha importância.

Em Moreira de Cónegos esteve, no entanto, o centro do furacão, devido a uma arbitragem contestada nos mais variados tons.

Abstraindo-nos da razão de fundo que tenha levado o árbitro à expulsão de um jogador da casa, aparentemente por insultos graves que lhe terão sido dirigidos, (e a ser assim a decisão é inatacável) apenas será de recomendar que os árbitros consigam ter as mesmas capacidades de audição e reacção, quando insultos semelhantes lhes forem dirigidos por jogadores dos clubes todo-poderosos.

Porque isto de ser menos poderoso não pode ser nunca motivo para tratamento tão marcadamente diferenciado.