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Ribeiro Cristóvão

Apanhados de surpresa

29 jan, 2015

Foi certamente ao ponderar este quadro que Luis Figo decidiu avançar considerando, segundo o seu anúncio, que “a FIFA tem de voltar a ser uma instituição respeitada em todo o mundo” e que “o futebol merece melhor”.

Luis Figo decidiu ontem surpreender o mundo do futebol ao avançar com uma candidatura às próximas eleições da FIFA, marcadas para o próximo dia 29 de Maio. E com este Bola de Ouro do futebol português concorrem mais cinco homens ligados ao futebol, o que torna esta eleição verdadeiramente surpreendente.

Antes de mais, porque a entrada de seis nomes na corrida significa o cansaço que os 17 anos de Joseph Blatter à frente do organismo máximo do futebol mundial têm provocado. O sucessor de João Havelange nunca foi um dirigente consensual, além de ter visto, por várias vezes, o seu nome envolvido em escândalos nunca bem esclarecidos.

A forma paternalista como lidou com algumas Confederações, sobretudo a Confederação Africana, a qual detém um considerável número de votos, permitiu-lhe ser eleito em quatro sufrágios consecutivos, sem qualquer espécie de perturbação.

Mas agora, a controvérsia gerada com as escolhas da Rússia e do Qatar para organizarem os próximos mundiais, pode ter sido a causadora do mal-estar actual.

Foi certamente ao ponderar este quadro que Luis Figo decidiu avançar considerando, segundo o seu anúncio, que “a FIFA tem de voltar a ser uma instituição respeitada em todo o mundo” e que “o futebol merece melhor”.

A partir de agora vai começar a contagem de espingardas, e Figo depressa saberá com que apoios pode contar. Algumas figuras com peso, como são os casos de José Mourinho e Ronald Koeman, por exemplo, vieram de imediato a público manifestar-se solidário.

É bom, mas é curto, por enquanto, pois o que verdadeiramente vai interessar saber, a partir daqui, é quais e quantas das 209 Federações mundiais lhe poderão dar o seu voto. E para o conseguir, o prestigiado ex-jogador português tem um longo a caminho percorrer, certamente convicto de que Joseph Blatter já lhe leva muitos quilómetros de avanço.