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Ribeiro Cristóvão

Sair pela porta grande

23 jan, 2015

O rico currículo de Pedro Proença, que dispensa enunciados, coloca-o num patamar nunca antes atingido por qualquer árbitro português, mesmo tendo em conta outros nomes que no passado também honraram o sector.

O futebol português tem sido um campo de sucesso comprovado, sobretudo na última década. Ter os melhores do mundo tornou-se uma evidência, em diversas áreas: Cristiano Ronaldo, jogador, José Mourinho, treinador, Pedro Proença, árbitro, e Jorge Mendes, empresário, tornaram-se emblemas que nenhum outro país teve o condão de igualar, anos a fio.

Todos eles trouxeram para o nosso país prestígio impossível de alcançar em qualquer outra área de actividade, ajudando a colocar o futebol num plano de inegável importância, embora reconhecida muitas vezes com enorme dificuldade, mesmo entre nós.

Este quarteto de figuras ilustres sofreu hoje uma baixa muito importante. Com efeito, Pedro Proença acaba de colocar de lado o apito, abandonando assim a actividade, ainda antes de atingir o limite de idade. Tratou-se de uma iniciativa pessoal, sem constrangimentos, ditada apenas pelo entendimento do próprio de que esta é a altura mais recomendável para o abandono.

O rico currículo de Pedro Proença, que dispensa enunciados, coloca-o num patamar nunca antes atingido por qualquer árbitro português, mesmo tendo em conta outros nomes que no passado também honraram o sector.

Por isso teve à sua volta, na hora da despedida, uma grande parte dos dirigentes do futebol nacional, até mesmo muitos daqueles que algumas vezes não estiveram de acordo com os seus desempenhos.

É inteiramente justo este reconhecimento, ao qual nos associamos. Pedro Proença sempre mereceu sair pela porta grande.