05 jan, 2015
O recuo de Bruno de Carvalho na sua intenção de levar a cabo o despedimento do treinador Marco Silva é um forte revés para o presidente do Sporting Clube de Portugal.
Trata-se da derrota de uma estratégia que atinge igualmente o seu aliado preferencial que mandatou, todos os dados disponíveis o indicam, para dar a cara em seu nome e levar por diante uma ruptura até há poucos dias tida como de consequências imprevisíveis.
Para um clube com a grandeza, o prestígio e o passado do Sporting, a situação vivida nos últimos dias não teve apenas falta de base de sustentação, como também se tornou incompreensível para a grande maioria da sua massa associativa.
Fazendo uma leitura dos acontecimentos que todos os dias deixavam à vista indícios da sua quebra de popularidade, em flagrante contraste com o que se registava com o seu treinador, Bruno de Carvalho optou por um recuo que abriu espaço a um entendimento que só o futuro dirá se foi conseguido a título definitivo.
Os resultados da equipa de futebol vão ser determinantes para transformar este simulacro de paz numa acalmia a longo prazo.
No entanto, face a tudo quanto se passou nos últimos dias, é legítimo pensar que há fortes razões para não afastar algumas dúvidas que por enquanto permanecem.
O presidente do Sporting falou à nação leonina e lançou pontes para o apaziguamento que poucas horas depois pareceu confirmado após a vitória sobre a equipa do Estoril-Praia. Há, porém, esclarecimentos que ficaram por prestar. O maior dos quais tem a ver com as gravíssimas acusações feitas ao treinador Marco Silva por um associado do clube, José Eduardo, e nunca desmentidas até aqui. E quem cala, consente.
Este é, sem dúvida um ponto que importa esclarecer sob pena de a projectada assembleia geral marcada para este mês se transformar num acto falhado que um clube carregado de prestígio, como o Sporting Clube de Portugal, dispensa perfeitamente.
Antes disso, Bruno de Carvalho tem ainda questões para clarificar.