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Ribeiro Cristóvão

Fim ao interregno

02 jan, 2015

Não fora o futebol inglês e teríamos de aturar uns tantos soporíferos travestidos em discussão interessante e levada a cabo por caudilhos que tentam vender ideias tontas.

Felizmente acaba hoje o longo interregno a que os responsáveis pela elaboração dos calendários submeteram o futebol português neste tempo festivo de Natal.
Logo à noite, Belenenses e Académica reatam o fio à meada e, amanhã, já poderemos ver em acção Sporting e Futebol Clube do Porto, tendo de esperar pelo domingo para ver o Benfica entrar em campo.

Não fora o futebol inglês e as delícias que com inusitada frequência nos presenteia, fazendo disputar jornadas a fio quase em dias seguidos, e teríamos de aturar uns tantos soporíferos que a nossa bola indígena teima em repetir fora dos relvados, travestidos em discussão interessante e levada a cabo por caudilhos que tentam vender ideias tontas, sem consistência, a mando de outros que gostariam, eles sim, de atirar as pedras desde que a sua mão ficasse cautelosamente escondida.

O que se passa actualmente com o Sporting começa ser difícil de definir, por extravasar cada vez mais os limites da compreensão mesmo daqueles que se mantêm atentos aos fenómenos gerados pelo nosso futebol.

O diferendo surgido entre o Presidente do Clube e o Treinador tem sido pasto para chamas devoradoras, cujas consequências estão longe de adivinhar e merecer compreensão, não se percebendo como é que tudo vai terminar.

O único prejudicado é o Clube e o seu futuro. Vir a público por interpostos mandatários falar de projectos num discurso rebuscado mas que ninguém entende, é apenas abrir mais brechas no edifício que tem sido sistematicamente bombardeado nos últimos dias. E, na maioria dos casos, por fogo amigo.