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Ribeiro Cristóvão

Portugol

19 nov, 2014 • Ribeiro Cristóvão

Cristiano Ronaldo e Lionel Messi não foram as estrelas da noite. Convém não esquecer que não podiam colocar em risco projectos de valor quase incalculável.

De um jogo pobre, sem intensidade, em que os focos estavam centrados nas duas maiores estrelas em presença de um lado e de outro, sobra o resultado.
E esse fica na história, 42 anos depois de Portugal ter vencido a Argentina pela última vez nessa tão cantada e recordada mini-copa, na qual chegámos à final e batemos o pé ao Brasil.

O jogo do “teatro dos sonhos” permitiu no entanto a Fernando Santos despedir-se do ano e desta primeira fase do seu mandato contabilizando um saldo deveras positivo: três vitórias e uma derrota deixam, é verdade, a imagem de quatro jogos sofridos quase até aos derradeiros silvos, mas com proveitos que é bom não subestimar.

Ao novo seleccionador nacional tem de creditar-se o mérito de ter conseguido trazer de novo o público para junto da selecção. E, a acrescentar a esse factor tão importante como determinante, a recuperação de vários jogadores que haviam sido precipitadamente relegados para as masmorras do esquecimento, alguns dos quais vieram mesmo a ter contributos decisivos para o sucesso que agora se enaltece.

Por outro lado, o pecúlio recolhido destes cotejos no que toca a golos não é farto, mas permite fazer deles a grande razão para os resultados obtidos.

Quatro golos marcados, em três vitórias por 1-0, e dois apenas sofridos, no jogo amigável com a França, não podem satisfazer as plateias mais exigentes.
Mas são, sem dúvida um bom argumento para esgrimir em defesa de um curto percurso que permitiu a Portugal recuperar boa parte da esperança até há pouco quase perdida.

Em Old Trafford, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi não foram as estrelas da noite como tantos seguramente auguravam.
Convém no entanto não esquecer que havia para eles outros valores mais importantes do que um simples jogo de amizade, que não podiam colocar em risco projectos de valor quase incalculável.

A breve trecho outros capítulos se seguirão, e aí, Ronaldo e Messi voltarão a ser, com toda a certeza, protagonistas em todo o seu esplendor.