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Ribeiro Cristóvão

Longe do fim

17 mar, 2014

Não há por enquanto razões para deitar foguetes e começar a fazer a festa. O futebol está cheio de exemplos segundo os quais, começar a comemorar antecipadamente conquistas ainda não alcançadas, pode redundar em mau resultado com todas as consequências daí advenientes.

Não há por enquanto razões para deitar foguetes e começar a fazer a festa. O futebol está cheio de exemplos segundo os quais, começar a comemorar antecipadamente conquistas ainda não alcançadas, pode redundar em mau resultado com todas as consequências daí advenientes.

Completo o quadro de resultados de uma jornada que no fim-de-semana teve o seu ponto alto no estádio José Alvalade, foi possível avançar provisoriamente para uma certa clarificação no que ao segundo lugar diz respeito mas, com vinte e um pontos para disputar, há ainda um longo caminho a percorrer. E certamente cheio de escolhos para todos.

Para o Sporting e Futebol Clube do Porto o clássico revestia-se de interesse especial: poderia proporcionar a fuga de algum modo confortável dos leões, ou lançar ainda maior confusão na luta por um lugar sempre muito cobiçado que, no mínimo, vale todos os anos cerca de dez milhões de euros.

Para já, os leões adiantaram-se à concorrência num jogo que a discussão pública vai adornar com novas e inflamadas polémicas. Porque o único obtido no recinto do Sporting teve início num lance irregular, não vão ficar sem resposta as repetidas tomadas de posição do Presidente do emblema de Alvalade, visando reclamar com vigor o respeito pela verdade desportiva.

É verdade tudo isso. Mas o que ficou mais à vista foi, a contrapor à reiterada incapacidade da equipa portista de chegar ao golo, visível sobretudo na primeira parte, a aplicação dos comandados de Leonardo Jardim que souberam mudar o seu rendimento para muito melhor a partir do apito inicial para a segunda metade, e construir aí a vantagem que depois foram capazes de segurar até ao limite.

O caminho fica mais desimpedido para o Sporting, mas o Porto ainda não disse a última palavra, numa altura em que há ainda sete jornadas para se obter a clarificação total e final.

Na Madeira, sem ter conseguido justificar a valia que lhe é atribuída pelo treinador do Benfica, o Nacional foi esta noite impotente para travar a maior capacidade dos encarnados, ainda que tenha entrado bem no desafio da Choupana. 

Com sete pontos de vantagem sobre o Sporting e doze sobre o Futebol Clube do Porto, o Benfica vê assim desbravado o caminho para chegar ao título, necessitando apenas de gerir bem o resto da época em que joga ainda em diversos tabuleiros.

O objectivo é, para já, tentar evitar o pesadelo em que se transformou o final de temporada do ano passado.