Tempo
|

Ribeiro Cristóvão

Restam quatro dias

28 jan, 2014 • Ribeiro Cristóvão

Parece ter chegado o tempo em que o bom senso assentou arraiais nos nossos principais clubes.

Restam quatro dias

O tão badalado mês das transferências está prestes a chegar ao fim. Até à meia-noite da próxima sexta-feira ainda ouviremos o barulho, até aqui muito esbatido, das sirenes anunciando aquisições e vendas para enfrentar mais quatro meses de competição mas, a partir daí, voltará o silêncio e os cofres dos clubes serão de novo fechados a sete chaves.

Se tudo continuar como até aqui, será caso para dizer que já nada é como dantes. Há poucos anos, quando os dirigentes dos clubes ainda não tinham despertado para a realidade que agora os atormenta registava-se, por esta altura, um movimento frenético que levava às conjecturas mais diversas e, bastas vezes, às notícias mais rocambolescas.

Colocados perante um cenário de crise que está longe de ser afastado, os clubes portugueses não ousam aventurar-se em negócios que possam contribuir para atrair a ruina mais cedo. Daí que as transferências mais sonantes consumadas até aqui, se cinjam à venda, pelo Benfica, do passe de Matic ao Chelsea, da saída de Lucho Gonzalez para o Catar, um prémio digno do euro-milhões, e o regresso de Quaresma, sem custos para a fazenda portista.

É verdade que, ainda de forma quase envergonhada se fala de outras saídas, sendo a já habitual, a de Luisão, aquela que merece figurar nas primeiras páginas. Mas, em relação ao central brasileiro, já estamos habituados a números como o de agora, que se repetem ciclicamente várias vezes ao ano, pelo que muito dificilmente o veremos abandonar o estádio da Luz.

Portanto, e em resumo, o futebol português está, como se vê, mais vendedor do que comprador. Parece ter chegado o tempo em que o bom senso assentou arraiais nos nossos principais clubes.

E, a não ser que haja surpresas de monta até à próxima sexta-feira, não haverá mais negócios do que os poucos de que até aqui há conhecimento.