Emissão Renascença | Ouvir Online

Ribeiro Cristóvão

Anti-português?

15 jan, 2014 • Ribeiro Cristóvão

Está na altura de Platini sair de cena, depois de tantos passos em falso, antes que tenhamos de o aturar como Presidente da FIFA, o seu grande objectivo a curto prazo.

Anti-português?

Michel Platini foi um grande jogador de futebol no passado, tanto ao serviço da selecção francesa como da Juventus, o clube que mais o projectou no futebol mundial. Ganhou, em três anos consecutivos, em 1983, 84 e 85, a Bola de Ouro, então instituída apenas pelo jornal do seu país, France Football, sem qualquer intervenção da FIFA.

Na altura, ninguém questionou estes repetidos sucessos, mesmo tendo havido outros jogadores de extraordinária qualidade. E se é verdade que em 1984 a França foi campeã da Europa, e no ano seguinte a Juventus ganhou a então Taça dos Campeões, a verdade é que em 1983 Michel Platini não contabilizou qualquer sucesso digno de registo no seu currículo.

Desconhecem-se os critérios então seguidos para chegar a essa escolha, com a quase certeza de que tratando-se de um jornal francês, esse pormenor poderá tê-la influenciado sobremaneira. Até aí, apenas em 1958, a França tinha registo de uma Bola de Ouro, atribuída ao fenomenal avançado Raymond Kopa, nesse ano, curiosamente, ao serviço do Real Madrid.

Michel Platini, presidente da UEFA, que tem assumido em relação ao futebol português posições desagradáveis de que todos nos lembramos, ficou agora contrariado com a eleição de Cristiano Ronaldo para melhor jogador do mundo.

E numa patética tomada de posição após a gala de Zurique, não só questionou a fórmula que levou à escolha do jogador português, como acrescentou a sua tonta escolha incidindo no compatriota Ribéry.

Está na altura de Platini sair de cena, depois de tantos passos em falso, antes que tenhamos de o aturar como Presidente da FIFA, o seu grande objectivo a curto prazo.

Depois da trapalhada do recente play-off do Mundial de 2014, e do sorteio em que a França não foi incluída no pote que lhe estava destinado, depois do apuramento da França para o Mundial de 2010 conseguido através de um golo marcado com a mão, Michel Platini simplesmente devia fazer como então e remeter-se a prudente e recomendável silêncio.

Bom discípulo de Platini, Ribéry deixou de ser visto terminada a Gala da FIFA, não tendo comparecido perante as centenas de jornalistas presentes na zona mista do anfiteatro, ou seja, deixando perceber um incontrolável mau perder.

Tal discípulo, tal mestre.