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Ribeiro Cristóvão

Três notas

08 jan, 2014 • Ribeiro Cristóvão

Nestes dias que se seguem ao desaparecimento físico de Eusébio, todos temos procurado rebuscar memórias nas gavetas onde há muito se encontravam recolhidas, aguardando o seu tempo para serem partilhadas com o grande público.

Três notas

Nestes dias que se seguem ao desaparecimento físico de Eusébio, todos temos procurado rebuscar memórias nas gavetas onde há muito se encontravam recolhidas, aguardando o seu tempo para serem partilhadas com o grande público. Esse tempo, infelizmente, chegou.
 
As histórias têm assim surgido em catadupa, algumas vertidas em textos admiráveis e dignos de figurar num compêndio onde um dia alguém tenha a iniciativa de as colocar, também para memória futura.

E tem havido de tudo um pouco, desde a descrição de momentos empolgantes que ligaram os nomes de Eusébio e de Portugal ao Mundo, passando por pequenos episódios que alguns contam, empolgados, como se se tratasse da história das suas vidas. Mas não podem igualmente ser colocados de lado alguns ridículos pormenores, que bem poderiam e deveriam ter sido evitados.

Apenas três notas:
A primeira, para valorizar as declarações proferidas pela segunda figura do Estado porque da Presidente da Assembleia da República se trata, relativas à proposta que cada vez ganha mais corpo, de levar Eusébio para o Panteão Nacional.
Assunção Esteves não fez os trabalhos de casa e acabou por ficar mal na fotografia.

Depois, Mário Soares, já muito causticado nas redes sociais devido à forma lamentável como procurou traçar o perfil do antigo jogador do Benfica e da selecção nacional.

Para quem exerceu os mais altos cargos e deveria ser figura permanente de referência, as palavras por si produzidas teriam sido bem substituídas por um prudente silêncio que as circunstâncias lhe recomendavam.

E, finalmente, José Sócrates. Afirmou o ex-Primeiro Ministro, que deve a Eusébio a sua ligação afectiva ao Benfica, recordando ter sido a partir do relato do jogo Portugal-Coreia do Norte, relativo ao Mundial de 66, quando ia para a Escola, na Covilhã, que essa simpatia despontou.

Só que, esse desafio teve lugar a 23 de Julho, um sábado à tarde, em pleno período de férias de Verão e nesse dia e essa hora a escola estaria seguramente fechada.

Enfim, tem havido de tudo um pouco por estes dias. Só que a figura de Eusébio está muito para além de todas estas irrelevâncias.