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Francisco Sarsfield Cabral

Custos para os contribuintes

05 ago, 2015 • Francisco Sarsfield Cabral

Para evitar as consequências nefastas decorrentes da falência de um banco, os governos passaram a optar pela nacionalização. É importante olhar para os vários casos e analisar bem o custo para os contribuintes.

Em Setembro de 2008 faliu o banco americano Lehman Brothers, lançando um pânico financeiro global. A partir daí, nenhum governo deixou falir um banco, receando as consequências.

Por isso, o governo irlandês nacionalizou os principais bancos do seu país, à beira da falência sobretudo por terem financiado irresponsavelmente uma bolha imobiliária. A nacionalização custou uma fortuna ao Orçamento irlandês e levou ao programa de assistência da “troika”.

Por cá, foi nacionalizado o BPN – o que, na altura, fazia sentido. Mas o prejuízo dessa nacionalização foi agravado pela lenta actuação posterior.

O maior resgate do mundo de uma instituição financeira foi a nacionalização do Royal Bank of Scotland (RBS), pouco depois da bancarrota do Lehman Brothers. Agora, sete anos depois, o governo britânico vendeu 5,4% do capital do RBS, passando a deter 73%. Essa venda envolveu um prejuízo para os contribuintes britânicos equivalente a 1,5 mil milhões de euros.

Convirá ter em conta estas realidades ao apreciar a “resolução”, sem nacionalização, do BES e o seu custo para os contribuintes.