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Sarsfield Cabral

A nova cena política espanhola

26 mai, 2015

É improvável que Espanha possa ser governada sem coligações ou acordos parlamentares. Na maioria dos países do continente europeu há negociações entre os partidos para formar governo.

O PP, que governa Espanha há quatro anos, perdeu muitos votos nas eleições locais de domingo, ficando sem qualquer maioria absoluta. Mesmo assim, foi o partido mais votado – apesar da austeridade imposta (sem troika) e de vários casos de corrupção envolvendo gente do PP. Ficou meio milhão de votos à frente do PSOE, que, não tendo caído tanto como se receava, perdeu votos para o Podemos.

É possível que a recuperação em curso na economia espanhola melhore a votação no PP nas eleições legislativas de Novembro próximo. Mas é improvável que a Espanha possa ser governada, como tem sido, sem coligações ou acordos parlamentares. Na maioria dos países do continente europeu há negociações entre os partidos para formar governo.

Neste novo quadro, o jovem partido Cidadãos poderá desempenhar um papel decisivo. Não concorreu agora em todos os locais e a sua votação ficou aquém do ambicionado. Mas este partido não tem os reflexos esquerdistas do Podemos (que nasceu na extrema-esquerda, embora tenha vindo a moderar-se, para ganhar votos). Cidadãos ocupa o lugar ideal para coligações e acordos: o centro.