Emissão Renascença | Ouvir Online

António Câmara

EUA

01 nov, 2013

Nas últimas décadas, Portugal aproximou-se da fronteira e de um ambiente de conhecimento distribuído. Mas continuamos com uma enorme dificuldade em reconhecer o talento dos outros.

Vivi dez anos nos Estados Unidos da América estudando e trabalhando em universidades de primeiro plano. Perguntam-me frequentemente se não tenho saudades desses tempos.

Prefiro viver em Portugal, mas sinto a falta de três características únicas dessas universidades:

- O ambiente de fronteira. No MIT, por exemplo, sentimos que fazemos parte do grupo de exploradores que está a descobrir o futuro.

- A informação por osmose. Numa universidade americana de topo não é necessário ler artigos de revistas. Através de contactos com colegas recebemos, sem esforço, a informação sobre os avanços decisivos no nosso campo.

- E finalmente, o sistema de referenciação. Se conseguimos resultados novos, existe uma rede informal que nos recomenda aos líderes da área e, em alguns casos, a clientes e até investidores.

Nas últimas décadas, Portugal aproximou-se da fronteira e de um ambiente de conhecimento distribuído. Mas continuamos com uma enorme dificuldade em reconhecer o talento dos outros.