04 dez, 2017 - 12:45 • João Fonseca
O provedor da Ética no Desporto, Manuel Sérgio, considera que "este é o momento para o Estado intervir", após as ocorrências disciplinares verificadas nos últimos dias, com destaque para o Dragão, Aveiro e Coimbra.
O dirigente compreende a posição assumida pelos governantes porque, "se o Estado é muito interventivo, logo é acusado de cercear a liberdade dos clubes". No entanto, Manuel Sérgio defende, em Bola Branca, que, perante um desporto "inquinado", é preciso actuar e "não é por falta de leis".
"Temos leis, muitos vezes a gente não as cumpre. Há necessidade de nós todos, comunicação social e escola, lutarmos por um desporto. Isto vai à raiz do problema, as pessoas não sabem o que é desporto. As pessoas têm que entrar num estádio como quem entra num templo. O estádio tem que ser um espaço onde se cultivam determinados valores", sublinha, ainda, Manuel Sérgio.
O provedor espera ver quem prevarica devidamente castigado, mesmo que pelo erro de um tenham que pagar todos e exemplifica: "Não é só um, muitas vezes esse um representa muita gente e é difícil descortinar quem são verdadeiramente os culpados".
Perante este actual cenário, Manuel Sérgio não enjeita a sanção de castigar os clubes com a interdição dos seus estádios.
"Há necessidade de sancionar os prevaricadores. Há indivíduos que tornam um jogo de futebol num espectáculo onde não se pode ir, pelo menos pessoas decentes, pessoas sensatas. Isto não é desporto, andar ao soco não é desporto, ter ódio não é desporto, passar a vida a dizer mal das outras pessoas não tem nada a ver com desporto", concluiu.